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Gaiato
Sabemos todos que o presidente norte-americano aterrissou no Brasil dias atrás a bordo de seu Air Force One de três andares (fez do aerolula uma charrete) para tratar de assuntos relativos à produção e exportação de etanol. Brasil e EUA detêm juntos cerca de 80% da produção mundial. A grande diferença é que os americanos gastam US$ 0,10 a mais por litro produzido e extraem o produto do milho e não da cana, como fazemos por aqui. Isso, evidentemente, gera maiores custos.
A questão central desse pequeno artigo não é, no entanto, o acordo (ou desacordo) comercial a ser ratificado. Usarei, muito menos, as linhas cedidas para trazer a discussão os protestos que a “figura mais indesejável do mundo” causou com sua visita. Aliás, como focou na ocasião um articulista político da TV, “quem visitou quem?” “Visitamos o visitante”, ele mesmo respondeu, referindo-se ao fato de Bush ter escolhido São Paulo a Brasília para a visita e hospedagem.
Toda a logística utilizada é que chama mais atenção. A rotina do paulistano (imagino que já seja pouco estressante) foi toda modificada para atender um Chefe de Estado e suas exigências. Sua equipe de seguranças composta por agentes da CIA, estava há meses organizando todo o roteiro da viagem de – pasmem - 21 horas. O quarto, ou melhor, a suíte presidencial de um dos melhores hotéis da capital, tem mais de 300 m2 e a diária é semelhante à de um albergue de mochileiros: R$ 12 mil. Oito andares do prédio foram reservados. Atiradores de elite foram posicionados nos prédios vizinhos. As ruas de acesso foram interditadas e a Polícia Federal e a Polícia do Exército, como se não tivessem nada de importante para fazer, deram total apoio à brincadeira. A Prefeitura de São Paulo mais ainda. Num ato de total falta de bom senso, retirou da vista de uma das janelas do hotel, barracos de uma favela. O risco era chocar o presidente melindroso acostumado com a vista do Salão Oval ou do seu rancho no Texas.
Enfim. Penso que muito mais que Etanol, em jogo estava interesses de frear um provável ressurgimento da América Latina no cenário político mundial. De qualquer forma, são as incoerência do mundo moderno.
* Luiz Fernando Nunes - História V - E-mail: xlfnx@yahoo.com.br
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