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Dia internacional da mulher
Esta data é ligada a uma proposta feita em 1910, pela líder comunista alemã Clara Zetkin, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, realizado meses após o término de uma longa greve de operárias têxteis americanas, violentamente reprimida pela polícia de Nova Iorque, que prendeu mais de 600 pessoas. A princípio, ficou decidido no Congresso que as mulheres socialistas de todas as nações realizariam um Dia das Mulheres específico, cujo objetivo primeiro seria a luta pelo direito de voto das mulheres.
Somente em 1917 o dia 8 de março fixou-se no calendário do movimento operário do mundo inteiro como o Dia Internacional da Mulher. Naquele ano, em plena Guerra Mundial, na Rússia, as mulheres socialistas realizaram seu Dia da Mulher no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo, correspondente ao 8 de março no calendário ocidental. Foi nesse dia que explodiu a greve espontânea das tecelãs de Petrogrado, as quais saíram às ruas em manifestação por pão e paz. Essa passeata tornou-se o estopim da primeira fase da Revolução Russa.
O 8 de março, portanto, é um dia associado à luta das mulheres trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho, pelos direitos de participação nas decisões políticas e pelo socialismo. A data passou a ser comemorada com mais intensidade na década de 1960, com o fortalecimento do movimento feminista, quando passaram a ser discutidos problemas da sexualidade, da liberdade para cuidar do próprio corpo, do casamento e da juventude. A consagração do direito de manifestação pública veio com apoio internacional, em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu oficialmente a data como o Dia Internacional da Mulher.
MULHERES NA LUTA
Em pleno século XXI, apesar das inúmeras conquistas políticas e sociais obtidas através das lutas históricas das mulheres, não é nada fácil a vida da mulher trabalhadora. No Brasil, são alarmantes as estatísticas referentes à violência doméstica contra a mulher, aos casos de estupro e assédio sexual. Os rendimentos salariais da mulher são, em geral, inferiores aos dos homens. Os últimos dados apontam que, dos trabalhadores que ganhavam até meio salário mínimo, 62% eram mulheres, e dos trabalhadores que ganhavam de 5 a 10 salários mínimos, 73% eram homens. Os baixos salários são uma das razões que poderiam explicar a preferência de muitas empresas pela mão-de-obra feminina, não sendo necessariamente um crescimento qualitativo. A dupla jornada de trabalho, no emprego e no lar, é outro fator que sobrecarrega violentamente a mulher.
A saúde da mulher brasileira vive sob a ameaça permanente de uma sociedade capitalista excludente, promotora de altos índices de miséria e desigualdade. À violência doméstica e das ruas, da diferenciação salarial e das condições desiguais de sobrevivência, vem somar-se o fato de que o aborto tornou-se a quarta causa de morte no país, atingindo principalmente a jovem pobre e negra, que não tem acesso a clínicas particulares e a uma política digna de planejamento familiar e acaba vítima de maus tratos nos hospitais públicos. No Brasil, a luta pela descriminalização do aborto deixa de ser uma questão moral para se transformar numa bandeira em defesa da saúde pública e do direito da mulher à vida.
Em Nova Friburgo, houve avanços no que tange à presença da mulher em postos de trabalho, cargos de direção em empresas, vagas em escolas e universidades, com ação mais destacada na política e na vida pública. Mas continua imperando a desigualdade e o preconceito, expressos através dos baixos salários na indústria e no comércio, da superexploração da mão de obra feminina nas fábricas e confecções, das duras e longas jornadas de trabalho, da violência em casa ou na rua. A Delegacia Legal da Mulher virou peça de propaganda política que não sai do papel. A situação da saúde pública é calamitosa, com longas filas no hospital e nos postos de saúde. Os salários irrisórios impostos pela Administração Municipal nivelam por baixo o valor da força de trabalho local, atingindo em cheio as mulheres trabalhadoras.
Por tudo isso, o DIA INTERNACIONAL DA MULHER é uma data dedicada à luta pela ampliação das conquistas obtidas pelas mulheres no trabalho, na política, na vida. Um dia pra se lutar por uma sociedade justa, solidária e igualitária, a sociedade socialista.
COMITÊ DOS MOVIMENTOS POPULARES DE NOVA FRIBURGO.
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